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                   Foto e biografía: /letras.unmsm.edu.pe/ 
                    
                  YOLANDA WESTPHALEN 
                  (  PERÚ  ) 
                                       Yolanda Westphalen  Rodríguez  
                  Literatura, Estudos Ibero-AmericanosÉ crítica literária e professora da  escola de literatura UNMSM. 
                    Obteve seu mestrado em Literatura  Peruana e Latino-Americana pela mesma universidade e seu doutorado em Estudos  Ibero-Americanos pela Universidade de Toulouse II-Jean Jaurès, na França.  
                    Em 2001, o Fundo Editorial da UNMSM publicou o livro “César Moro, a poética do  ritual e a escrita mítica da modernidade” e em 2005 as “Atas do Colóquio  Internacional César Moro e o surrealismo na América Latina”.  
                    Em 2014 ele publicou um livro de ensaios intitulado “Notas em voz alta”. Também  publicou artigos nos livros coletivos: Mulheres e gênero na História do Peru;  Mulheres, cultura e sociedade (vol. 2); Estudos culturais: discursos, poderes e  pulsões; Vargas Llosa: escritor, ensaísta, cidadão e político; 100 anos com  Yourcenar e escrita feminina e reivindicação de gênero na América Latina,  Surrealismo na América Latina. Vividamente morto e essa mística de contar  coisas sujas, entre outras. Também colabora em inúmeras revistas  especializadas. 
                   E-mail: ywestphalenr@unmsm.edu.pe  
                    
                    
                  TEXTO EN ESPAÑOL   -   TEXTO EM PORTUGUÊS 
                    
                  
                    
                      
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                  CAJAMARCA, CAMINOS DE POESÍA.  Compilación:  Socorro Isabel Barrantes Zurita.  Foto  carátula : Victor Campos Ríos.    Ilustraciones: Archivo APECAJ.  Cajamarca, Perú:     Parady´s Impresiones, 2006.  302  p.   21 x 23, 5 cm.  Ex. biblioteca de Antonio  Miranda 
                     
                     
                    UN TERNO 
                       
                      Sobre una silla de madera 
                        yace 
                        un saco de casimir usado 
                        blando 
                        arrugado 
                        y sobre el travesaño apolillado de la silla 
                        se yerguen 
                        a lo macho 
                        unos pantalones grises abrillantados por el uso y el abuso. 
   
                        La silla y el terno ofrecen 
                        una sofrenada visión 
                        de una extraña cáscara de hombre 
                        El saco vive aún un gesto 
                        viril 
                        no carente de dignidad prosaica 
                        sabemos que no deberíamos 
                        observar 
                        esa mentira de hombre 
                        ese no-ser existente 
                        sentimos subir a nuestras gargantas 
                        injertadas 
                        en una curiosidad crispada como un erizo de mar 
                        el deseo de palpar ese terno 
                        manoseamos sus fundillos roídos 
                        los bolsillos del saco llenos de puchos de cigarros bartos 
                        de guachitos de lotería 
                        de boletos de ómnibus 
                        y a pesar de sentirnos humillados 
                        persistimos en esa mentira exultante 
                        de identificarnos con esa vida ajena 
                        con ese cuerpo ausente 
                        con olor a sudor y a bencina 
                        y nos precipitamos 
                        en ese infierno de sabernos 
                        plenos de una curiosidad morbosa 
                        solos 
                        despojando a un hombre inexistente 
                        de su presencia hecha ausencia 
                        mientras nosotros seguimos tocando oliendo rebuscando 
                        ese perfil gastado de una vida forrada en tela 
                        y el terno de casimir barato 
                        nos mira con sus rayas grises y azules 
                        nos observa con sus líneas desplanchadas 
                        y nosotros avergonzados nos evadimos 
                        de sus rayas de sus líneas rectas 
                        pelo al huir llevamos pirograbada 
                        en nuestra conciencia 
                        el haber violado incruentamente 
                        la intimidad de un hombre. 
                   
                     
                                          TEXTO EM PORTUGUÊS 
                    Tradução de ANTONIO MIRANDA 
                    
                   
                    UM TERNO 
   
  Sobre  uma cadeira de madeira 
    jaz 
    um saco de casimira usado 
    brando 
    enrugado 
    e sobre a barra comida por traças da cadeira 
    se revelam 
    ao macho 
    umas calças cinzentas polidas pelo uso e o abuso. 
   
    A cadeira e o terno oferecem 
    una contida visão 
    de uma estranha casca de homem 
    O saco vive ainda um gesto 
    viril 
    não carente de dignidade prosaica 
    sabemos que não deveríamos 
    observar 
    essa mentira de homem 
    esse não-ser existente 
    sentimos subir à nossa garganta 
    enxertadas 
    numa curiosidade crispada como um ouriço do mar 
    o desejo de apalpar esse terno 
    manuseamos seus fundilhos ruídos 
    os bolsos do casaco cheios de restos de cigarros bartos 
    de boletos de loteria 
    de passagens de ônibus 
    e a pesar de sentir-nos humilhados 
    persistimos nessa mentira exultante 
    de identificar-nos com essa vida destante 
    com esse corpo ausente 
    com odor a suor e a benzina 
    e nos precipitamos 
    nesse inferno de saber-nos 
    plenos de uma curiosidade morbosa 
    sozinhos 
    despojando um homem ausente 
    de sua presença em ausência 
    enquanto nós seguimos tocando cheirando rebuscando 
    esse perfil gastado de uma vida forrada em tela 
    e o terno de casimira barata 
    nos mira com suas listras cinzentas e azuis 
    nos observa com suas linhas inusitadas 
    e nós envergonhados evadimos 
    de suas listradas 
    pelo ao fugir levamos pirografada 
    em nossa consciência 
    o haver violado sem sangue 
    a intimidade de um homem. 
                    
                  * 
                   
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                  http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/peru/peru.html  
                  Página publicada em abril de 2024 
                    
                  
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